sexta-feira, 2 de julho de 2010

Origem do Deathrock e Etimologia do Deathrock

Origem do Deathrock
Etimologia do Deathrock
A origem do termo Deathrock pode ser percebida nos anos 50, quando foi usado para descrever um gênero do Rock And Roll chamado "death rock". Este tipo de rock começou em 1958, com a música "Endless Sleep", de Jody Reynold e terminou em 1964 com "The Last Kiss", de J. Frank Wilson. Nessas músicas, os jovens falavam sobre as trágicas mortes de seus namorados e namoradas em acidentes, desde suicídio a doenças, etc. "Leader Of The Pack", do The Shangri-Las, é o melhor e mais conhecido exemplo, mas outras canções bastante conhecidas desta época são "Teen Angel", do Mark Dinning, e "Tell Laura I love her", do Ray Peterson. Essas primeiras canções de "death rock" eram geralmente mais sérias, introspectivas e românticas em comparação as atuais, nas quais nos deparamos com vampiros, monstros, lobisomens, etc.
É difícil dizer exatamente quando o termo death rock reapareceu para descrever bandas que cantavam sobre a morte com um visual assombroso; foi usado também em 1979 para classificar o som de diversas bandas que mais tarde foram associadas a cena death rock. Mark Splatter, do deathrock.com, atribui isso a Rozz Williams, ao mesmo tempo que outros dão créditos a letra de "All Hell Breakes Loose" (and broken bodies in a death rock dance hall), da Misfits, em 1979, enquanto ainda há outros que atribuem o termo as bandas de punk rock de Los Angeles, por sua obsessão pelo visual fantasmagórico e pela morte, do mesmo jeito que "positive punk" foi usado pela mídia para intitular os primórdios do som feito na Batcave, no Reino Unido. De qualquer forma, o termo "Deathrock" parece ter surgido pela primeira vez na costa oeste dos Estados Unidos e de depois se espalhado.
Esse termo foi usado também de forma trocada com "Gothic Rock" até um tempo durante os anos 90 quando, de acordo com Rozz Williams, Andrew Eldritch do Sisters of Mercy declarou sua preferência pelo termo Gothic Rock. Depois disso, o termo Deathrock saiu de moda e foi raramente usado, exceto em referência as bandas de Los Angeles 45 Grave e Christian Death.

Primeiras influência do Deathrock
Enquanto as canções de “death rock” mencionadas anteriormente (canções de Mark Dinning, Shangri-Las, Ray Peterson, etc) ajudaram a determinar alguns dos temas que seriam associados com o Deathrock – morte, mágoa, perda, tragédia, etc -, o instrumental do Deathrock talvez tenha sido influenciado por músicas menos “sérias”, do fim dos anos 50, como Bobby “Boris’ Pickett com “Monster Mash” e Screamin’ Jay Hawkins com “I put a spell on you” nos Estados Unidos, e Screaming Lord Sutch & The Savages com “Murder in the Gaveyard” na Grã-Bretanha. Essas canções ainda são tocadas ocasionalmente em clubes de Deathrock.
Nos anos 50, filmes-B de terror e suas trilhas sonoras mostradas em cinemas drive-in também contribuíram com a moda, o visual, e influências temáticas do Deathrock. Essa influência continuou nos anos 60, com séries de TV como Addams Family, the Munsters, the Twilight Zone, e Dark Shadows, e também com as freqüentes apresentações de filmes de terror na televisão. De acordo com Dinah Cancer, filmes de terror italianos era uma grande inspiração para o visual do 45 Grave. Filmes de terror eram freqüentemente exibidos em fantasmagóricas casas de filmes de horror, como a Vampira e Elvira, em Los Angeles, John Zacherle, na Filadélfia e Nova York, e Ghoulard, em Cleveland.
Além disso, bandas de rock como The Doors, Velvet Underground, Iggy Pop and The Stoogs, Black Sabbath, Alice Cooper, Kiss, etc, continuavam a construir o caminho para o Deathrock através da exploração de temas e instrumentais obscuros e, em alguns casos, apresentando visuais mórbidos e de terror em seus shows. Rozz Williams indica especificamente Kiss e Alice Cooper como duas de suas grandes influências.
Esses elementos reapareceriam entre 15 e 20 anos depois na geração que cresceu ouvindo e assistindo a rotina dessa sub-cultura e de bandas muito conhecidas, quando começaram a incorporar essas influências a um novo tipo de música chamado Punk. No entanto, o Deathrock não foi o único a ser influenciado por esse agrupamento de elementos obscuros; tanto o Horror Punk quanto Psychobilly, dois outros subgêneros do Punk, foram bastante influenciados por eles.

O surgimento do Deathrock nos Estados Unidos
O Deathrock surgiu na América no fim dos anos 70, enquanto filmes de terror influenciavam a pré-existente cena punk/hard core.
Talvez, a mais ativa e documentada cena de Deathrock era em Los Angeles, e concentrada ao redor de bandas como 45 Grave (1979), Christian Death(1979), Kommunity FK (1981), Gun Club (1981), Voodoo Church(1982), Burning Image(1983), etc. Entretanto, outras cidades dos Estados Unidos também possuíam bandas que mais tarde seriam classificadas como Deathrock como Theatre of Ice (1978) e Naked and Dead (1985).
A maioria das bandas de Deathrock foram pelo menos parcialmente influenciadas por artistas do Glam, como David Bowie, Alice Cooper, T. Rex, The New York Dolls, assim como por progenitores do Punk, como MC5, the Stooges, Richard Hell & The Voidoids, etc. Eles não teriam ainda sido influenciados pelas bandas de Gothic Rock da primeira geração, como Bauhaus, Siouxsie and The Bashees, Joy Division, etc.
Essas primeiras bandas de Deathrock tomaram a base do Punk e ocasionalmente a do Hard Core, a adicionaram um grande amontoado de visuais obscuros e engraçados e temas emprestados da cultura pop. Mais tarde, esse tipo de Punk misturado com Horror e com trilhas sonoras de filmes de terror seria identificado como Deathrock. No entanto, essas bandas não foram identificadas imediatamente como parte de um novo subgênero do Punk; eram simplesmente consideradas como um punk/hard core mais dark ou até mesmo horror punk. Essas bandas tocavam nos mesmos lugares que bandas punk, hard core e new wave tocavam; não eram consideradas um cenário musical à parte.
Em 1981, observando o Veil, um clube em Los Angeles inclinado para uma clientela gótica, indica que as “artes do subúrbio” podem ter também influenciado indiretamente a cena Deathrock por sustentar clubes que tocavam Gothic Rock e Deathrock. Ao contrário de muitos sub-gêneros do Punk, muitas canções deathrock possuem um ritmo muito dançante. A letra da canção de 1987 da banda Dead Milkmen, “Instant Club Hit (You’ll dance to anything)” mostra que estudantes de arte eram os mais entusiasmados sustentadores das cenas góticas e deathrock durante os anos 80.

Um paralelo desenvolvimento no Reino Unido: A Batcave em Londres
Ao mesmo tempo em que o deathrock surgia como um ramo obscuro do punk rock nos estados Unidos, algo bem similar surgia do punk rock e post-punk independentemente no clube chamado Batcave, em Londres.
Inicialmente, o batcave era direcionado ao Glam e ao New Wave. No entanto, as bandas que mais tocavam lá, Specimen, Alien Sex Fiend e Sex Gang Children eram muito influenciadas pelo Horror existente na cultura pop britânica. Essas bandas desenvolveram um som mais obscuro, separando-as das bandas britânicas de New Wave e Glam. Primeiramente, se referiam a este tipo de som como positive punk, para diferenciá-lo de bandas punk com tendências anarquistas e violentas, mas este termo logo deu lugar ao Gothic Rock.

A Fusão com o Gothic Rock
No inicio de 1983, a Cena Batcave na Inglaterra adquiriu o rótulo de “Positive Punk”, porém em menos de um ano foi modificado para “Goth” e “Gothic”. In 1983, The Gun Club começou um tour pela Europa como fez o Chistian Death o que significou que a Batcave européia e Death Rock americano agora eram capazes de influenciar diretamente uma a outra. Dois anos depois, em 1985, a banda de deathrock Kommunity FK iniciou um tour com a banda batcave Alien Sex Fiend o que continuou essa tendência. Dessa forma com o tempo, Death Rock e Batcave começaram a se fundir um com o outro, desenvolvendo-se o Gothic Rock. Conseqüentemente, o termo “Gothic Rock” substituiu o Deathrock, o que Rozz Williams atribuiu a influência da banda The Sisters of Mercy.
Os medos da década de oitenta também marcaram a segunda geração do Gothic Rock que foi quando a influência do Post-Punk começou a diminuir e ser substituída, com a aproximação de um rock mais sério e orientado. O tempo do Gothic Rock gradualmente diminuiu em ritmo e se tornou mais mecânico com a grande disseminação do uso de baterias eletrônicas no lugar de bateristas ao vivo. Além disso, a influência crescente de vocais destoados iria então substituir os mais estilosos vocais Punks e Post-Punks. Essa mudança no som foi ampla devido à influência da banda The Sisters of Mercy.
Durante a terceira geração do Gothic Rock em meados da década de 90, a música começaria a incorporar vários elementos mais rudes, os sons inspirados em fábricas da música Industrial e os sons mais eletrônicos e repetitivos do EBM e Electro-industrial, enquanto perdendo um pouco da introspecção remanescente e do romantismo inerente nas primeira e segunda gerações do Gothic Rock. Alguns Goth Clubs balanceavam o Deathrock em suas setlists e no lugar focalizaram-se na música eletrônica alternativa (EBM, Futurepop, Darkwave, Power noise, etc.) para atrair uma multidão crossover. Essas mudanças alienaram e desviaram muitos da cena Gótica que preferiram os sons energéticos e punkers do Deathrock e do Batcave. O descontentamento crescente com o novo rumo do Gothic Rock e a cena Club levou muitos a procurarem para si as raízes do Deathrock/Batcave.

Os principais representantes do Deathrock

Rozz Williams
O álbum inalgural de 1982 do Christian Death, “Only Theatre Of Pain” é amplamente tido por muitos como o primeiro álbum puramente Deathrock, que não poderia ser classificado simplesmente como um “sabor” mais dark do punk (como T.S.O.L ou The Damned), horror punk (como 45 Grave ou Voodoo Church), ou post-punk (como Bauhaus ou Joy Division). Como resultado, Rozz Williams, o vocalista do Christian Death, Shadow Project e Premature Ejaculation, é considerado por muitos, um dos artistas de maior influência na cena Deathrock.

Dinah Cancer
Na década de 80, Dinah Cancer foi referida como a “Rainha do Deathrock”, a “Deusa do Deathrock” e “Alta Sacerdotisa do Deathrock” pelo seu cargo de líder da banda 45 Grave durante um tempo em que vocalistas femininas eram ainda consideradas praticamente raridades. Ela evitou o look mais “belo” do Gothic para aderir a um mais inspirado no horror, e enfatizou o lado mais “fun” do Death em oposição ao lado mais sério e sensual do Gothic.


Outros representantes
De qualquer forma, não significando que Los Angeles foi sozinha responsável pela formação do som Deathrock; muitas bandas nos EUA que lançaram EPs e LPs anteriores a 1982 poderiam agora ser conseideradas como Deathrock. Além disso, bandas britânicas fizeram maiores contribuições para o som, adicionando uma forte influência post-punk, incluindo Joy Division, Bauhaus, Siouxsie & the Banshees, etc. Outras bandas de todo o mundo adicionaram sua singularidade ao som Deathrock, incluindo Xmal Deutschland na Alemanha, The Virgin Prunes na Irlanda e The Birthday Party, etc.
The Sisters of Mercy, que é frequentemente tocada em Deathrock clubs, não é considerada a influência maior porque o som da banda tem mais em comum com a segunda geração de bandas de gothic rock do que o som mas punk da primeira geração.

Deathrock Moderno
O renascimento do Deathrock
Quase 20 anos depois que o Deathrock surgiu na cena musical no sul californiano, o renascimento do deathrock começa no mesmo local.
Em 1998 em Long Beach, Califórina, Dave and Jen Skott (AKA Dave and Jenn Bats) foram convidados pelo dono do bar local Que Sera para realizarem uma noite “old school”, uma festa de Halloween com temática Gótica. Depois do sucesso da festa de uma noite só, o evento rapidamente se tornou um regular Deathrock Club que se chamou Release the Bats (Soltem os Morcegos). (O clube foi nomeado após uma musica da banda australiana The Birthday Party.)
Release the Bats oferecia discotecagem com músicas de bandas de Deathrock clássico e moderno para a pista de dança, e mais a performance ao vivo de uma banda do genêro. A qualquer hora da noite, haviam quase a mesma quantidade de pessoas fora do clube se relacionando umas com as outras, quanto dentro do mesmo dançando com a música ou apenas ouvindo a banda que tocava.
O sucesso contínuo do Release the Bats e de outros Deathrock clubs que se seguiram na mesma linha, foram vistos como o primeiro sinal de que o Deathrock recomeçava a emergir como uma subcultura separada da subcultura gótica.

A musica Deathrock moderna
Bandas de Deathrock moderno tem um som levemente diferente das clássicas do estilo. O som de mistura horror punk hardcore foi diminuído considerávelmente pela influência maior de sons de bandas Post-punk, o exagerado Glam e Batcave.
Como resultado, o Deathrock moderno conta com o peso das guitarras rasgadas e/ou teclados para criar uma atmosfera densa e horripiliante, e a experimentação de outros instrumentos para criar sons incomuns é muito utilizada. Letras são tipicamente introspectivas, de nervosismo, medo e terror a flor da pele.Elas tratam de temas obscuros como isolamento, ironia, desilusão, perda, morte e etc. todas com a finalidade de acertar um cordão emocional com o ouvinte. De qualquer forma isso estabelece uma grande exigência aos vocalistas para que possam conduzir emoções complexas, então os mesmos precisam ser carismáticos e ter força, vozes diferentes e incomuns que possa fazer uma musica extremamente rítmica, incomum e atmosférica. Enquanto as músicas tem batidas rítmicas 4/4 para encorajar a dança, a pesada ênfase no “fazer diferente” faz com que os DJs de Deathrock façam seus giros ao próprio modo, tentando criar seus próprios meios e não tentando se adaptar a batidas como os DJs de Techno e EBM. Mudanças bruscas nos modos das músicas causadas por DJs inexperientes frequentemente levam os Deathrockers a deixarem a pista de dança.

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